A pandemia causou mudanças drásticas no mundo, principalmente quando falamos no universo fashion: tudo tornou-se muito incerto. As tendências primavera/verão 2021 se incluem neste pensamento, já que não sabemos quando a situação ficará melhor e seremos livres novamente para irmos e virmos para os lugares com nossos amados looks, expressando nossas personalidades através do estilo.
O vírus foi um verdadeiro catalisador de iniciativas e de implementação de novos hábitos: marcas reduzindo o número de coleções por ano, como Gucci e Saint Laurent, incorporando métodos e matérias-primas sustentáveis, explorando maiores possibilidades e sendo mais inclusivas ao aderir a tecnologia em suas apresentações, e buscando um real propósito para existir e passando a reformular criador e criatura, realmente entregando seu valor genuíno para o mundo.
Uma das grandes apostas para os próximos tempos, com certeza será a sobrevivência apenas de marcas que forem inclusivas, responsáveis, conscientes e que respeitarem os três pilares básicos da sustentabilidade.
Além disso, com o ritmo mais lento que tivemos que passar a adquirir após a chegada avassaladora do Covid-19, as coisas tendem a ser mais locais: o manual e produtos originados de processos mais cuidadosos e menos massificados nos trarão a sensação de acolhimento e proximidade, dois adjetivos que consciente ou inconscientemente estarão em falta após longos meses (ou anos?) de isolamento social.
As tendências são o reflexo do comportamento de um grupo de pessoas
Antes de falarmos sobre as tendências primavera/verão 2021, sempre explicaremos todos os caminhos que foram trilhados para que algo torne-se desejo: ainda não temos respostas e tanta certeza sobre o que será ou não tendência nos próximos meses, pois assim como pensamos que alguns mercados sofreriam impacto negativo durante a pandemia, eles cresceram, na verdade, estão demonstrando um grande potencial de manterem-se em linha crescente, enquanto outros ou já fecharam ou estão prestes a tal fim.
Dualidade de pensamentos
E finalmente falando sobre as roupas, calçados e acessórios, há uma grande dualidade acontecendo. Sempre vivemos entre pessoas que pensam de maneira diferente, mas em determinados períodos um pensamento em especial é adotado pela maioria e uma minoria representa o contramovimento, mas o que podemos observar, pelo menos na moda, é que há um número muito parecido entre pessoas que adotam visuais e hábitos minimalistas, com outras que mantêm uma espécie de pensamento positivo (distorcido ou não) de que tudo será normalizado em breve e continuam comprando da mesma forma, com os mesmos pensamentos, sem muitos questionamento acerca de assuntos que envolvem consciência, sustentabilidade e propósito.
Vamos às tendências primavera/verão 2021!
Para as próximas criações que se tornarão referência em roupas, calçados e acessórios, contando as cores e os materiais utilizados, com certeza o fato de muitas pessoas estarem trabalhando e vivendo mais casa do que em qualquer outro lugar influenciará o conforto, além dos sentimentos de otimismo e de escapismo, que refletirá em cores e materiais mais leves.
1. Acessórios e detalhes em blusas e camisas: informação de moda do “teclado para cima”
As redes sociais mudaram a nossa forma de viver, de consumir, de se comunicar e de se vestir. Enquanto muitas pessoas não estão nada preocupadas com as roupas que vestem, trabalhando em casa ou não, as plataformas de compartilhamento de fotos e vídeos nos despertam desejos através de looks do dia, dicas de estilo e vídeos curtos com truques de styling.
Com muitas pessoas em casa, o desejo em se expressar acaba sendo externado nas redes, onde mostrar o rosto, os visuais ou o estilo que se é adepto faz parte de afirmar sua personalidade e autenticidade para o mundo – além da possibilidade de trabalhar como influencer ser a opção de muitos, principalmente aos mais jovens.
Além disso, com o home office cada vez mais em alta, as videochamadas fazem parte do cotidiano de muita gente, e vestir-se de maneira confortável, porém estilosa, faz-se necessário.
2. Shapes e modelagens
Estamos experimentando uma nova maneira de pensar em diversos aspectos, principalmente em relação à moda: já que é em casa que ficamos na maior parte do tempo, devemos nos vestir da maneira mais confortável e estilosa que encontrarmos, seja para nos sentirmos bem com a imagem refletida no espelho, ou para tornar os dias de trabalho mais produtivos.
Shapes mais amplos e soltos serão os preferidos, mas o toque mais estruturado e refinado de algumas peças dão a sensação de quem dedicamos uma atenção maior ao visual, como as modelagens de alfaiataria, por exemplo, que dependendo da roupa, traz aquele tão desejado aspecto “easy chic”.
Alfaiataria
Numa pegada Wall Street durante os anos 1980, a alfaiataria se tornará ainda mais comum nos looks do dia a dia, inclusive durante a temporada de primavera/verão 2021. Ombreiras, cintos e peças mais estruturadas, mas ainda assim confortáveis irão habitar seu closet com ainda mais frequência!
O empoderamento feminino é um assunto em questão, e nada mais justo que as roupas que usamos refletirem a nossa luta de todos os dias, ainda mais em tempos onde precisamos deixar claro o lado que estamos.
Além disso, temos também a alfaiataria desconstruída que conta com assimetrias, recortes inusitados, botões e aviamentos exagerados, porém sem contrastar com a vibe “dolce far niente” da nova proposta aderida por muitas marcas e claramente vista na coleção “L’amour” da Jacquemus de Simon Porte.
Cinturas altas + Cropped
Jacquemus também nos mostrou o poder – e o frescor – da equação que envolve calças de cintura super alta, com amarrações e cós tipo clochard combinadas a croppeds que na verdade são camisas clássicas desconstruídas, seja pelo comprimento, pelas assimetrias ou pelos recortes e amarrações inusitadas, seguindo a mesma linha dos cardigans com nuance sensual, onde o contorno dos seios ficam à mostra.
Claro que no dia a dia a peça não funciona, mas o recado foi dado: croppeds bem curtos que pedem por calças com uma poderosa cintura alta.
3. Cores, estampas e suas referências
Acompanhando um mood esperançoso, positivo, alegre e acolhedor, as cores que serão tendência primavera/verão 2021 acompanham uma cartela mais suave e também alegre, além disso, a valorização da natureza ao mesmo tempo em que nos conectamos cada dia mais com as ferramentas tecnológicas, nos mostrará cores que vão desde as orgânicas e naturais até as artificialmente aprimoradas.
Percebemos que as paletas e padronagens acompanharão as dualidades: de quem se mantém otimista e alegre e de quem enfrenta a realidade com as referências à tecnologia e à necessidade de olhar para dentro e valorizar ainda mais os ciclos da natureza. Observaremos a união de introspecção e extroversão de maneira interessante e diversa.
Tons naturais como verde em diversas intensidades, todas as variações de bege e marrom, off-white, mostarda, vermelho e laranja queimados, menos saturados. Para remeter à tecnologia, temos as cores pastel como rosa, azul, verde e lilás, além de designs arrojados e assimétricos nas modelagens, mescladas à cartela.
Além disso, o tom “pacífico” do tie-dye nas estampas pode perdurar na próxima estação, aparecendo cada vez mais em padronagens diferentes e renovadas, e para os dias mais quentes, podemos esperar pela técnica de forma mais suave tanto nos motivos quanto na coordenação de cores. O listrado preenchido com o degradê é uma das grandes apostas.
Conclusão
Como comentamos no início da matéria, estaremos muito mais atentos aos processos e aos conceitos das marcas, sejam elas pequenas e regionais ou grandes e renomadas. Segundo a WGSN, quatro sentimentos construirão a nova percepção dos consumidores: medo, resiliência, resistência e otimismo.
Passaremos ainda por grandes transformações que são completamente imprevisíveis, mas tudo o que já conseguimos perceber é que já estamos cansados de mais do mesmo: queremos inovações com propósito e diversidade.
Um bom exemplo deste pensamento é realmente uma mudança de mindset em relação aos corpos: o termo “plus size”, por exemplo, está cada vez mais perdendo força e dando lugar a algo que não deve ser visto como diferente ou especial – mas sim como normal, que é o que realmente é.
Corpos, belezas e preferências que até então eram considerados tabus ou inapropriadas e fora do contorno do que é bom ou ruim, feio ou bonito, perderão cada vez mais essa definição e serão finalmente aceitos como parte da beleza que celebra a autenticidade de cada um.
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